Ministro, em visita à Operação Fronteira Sul II, também falou da revitalização dos blindados Urutu e Cascavel do Paraguai e das questões diplomáticas com o país vizinho

Foz do Iguaçu (PR) 17/10/2008 – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nessa sexta-feira que o Brasil trabalhará para desenvolver e produzir Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) para, principalmente, fiscalizar suas fronteiras.
“O monitoramento das fronteiras necessariamente terá de ser feitos por VANTs”, afirmou Jobim, no primeiro dia de sua visita à Operação Fronteira Sul II, que envolve dez mil homens das Forças Armadas, além de agentes da Polícia Federal, das polícias estaduais e de fiscais da Secretaria da Receita Federal, em ação para combater os crimes transfronteiriços e ambientais.
“Isso tem um efeito dissuasório muito forte” avaliou o ministro, ao ressaltar a necessidade de integrar cada vez mais as forças e os demais órgãos fiscalizadores. Diante de questionamentos de jornalistas sobre a possibilidade de o Exército se tornar permanente nesse tipo de operação, ele esclareceu que não possível manter dez mil homens mobilizados na atividade. Argumentou que a tarefa policial é atribuição principalmente da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal, embora o Exército tenha poder de polícia na faixa de fronteira.
“Essa é função da PF e da Receita, mas já deixamos claro que, no momento em que eles organizarem qualquer tipo de ação, estaremos disponíveis para fazermos assessoria e o apoio com tropas, que poderão se deslocar para cá rapidamente”, observou.
Jobim afastou qualquer relação entre a Operação, que está sendo coordenada pelo Comandante Militar do Sul, General-de-Exército José Elito Carvalho Siqueira, e fatos recentes ocorridos na fronteira do Paraguai, como a ameaça de invasão de terras de brasileiros instalados naquele país, os chamados brasiguaios.
Segundo o ministro, essa é questão meramente diplomática. Para ele, a expectativa do Brasil é de que as autoridades paraguaias adotem as providências em relação ao problema. “Os brasileiros que estão no Paraguai estão sujeitos à legislação paraguaia e o Brasil não tem capacidade de intervir nisso. Claro que, evidentemente, pode haver intermediação diplomática ou conversas diplomáticas, ações de natureza diplomática, de colaboração, agora não existe nenhuma função das Forças Armadas para isso”, disse Jobim. O ministro rechaçou também qualquer interpretação de que a operação poderia ser operação de força para com o país vizinho. O ministro informou que essa operação já foi feita anteriormente, e as autoridades paraguaias foram informadas da programação com antecedência.
“Não há absolutamente nada disso, tanto que o Brasil está fazendo reformas em blindados paraguaios – Urutus e Cascavéis – no Batalhão de Logística de Dourados, a custo zero para o Paraguai, o que mostra integração que temos”, disse o ministro. No dia de hoje, o ministro, acompanhado do comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, e da comitiva, acompanhou o trabalho dos fiscais e militares em Postos de Repressão a Ilícitos de Fronteira (Parifron), em Guaíra, Paraná, e assistiu aos exercícios de tiro com munição real efetuados por patrulha fluvial e por um helicópetero do Exército. No início da noite, a comitiva embarcou para Uruguaiana, onde acompanhará a operação nesse sábado.
Fotos de cima e do meio: site da Operação Fronteira Sul II
Foto de baixo: um dos VANTs sendo desenvolvidos no Brasil é o FS-01 Watchdog da Flight Solutions, desde 2007 realizando integração final e ensaios de vôo. Fotomontagem a partir de cenas de vídeo encontrado no site da empresa.