21 de setembro de 2008, em Noticiário Nacional, Sistema de Armas, por Galante
O jornal “O Estado de São Paulo” publicou no dia 13 de setembro, essa boa notícia da AVIBRÁS, empresa brasileira que já foi destaque na indústria bélica mundial:
Após 13 meses de espera, empresa obteve as garantias do governo que viabilizam o negócio
A Avibrás Aeroespacial, maior grupo produtor de equipamentos militares do País e que atravessa um período sob recuperação judicial solicitada, obteve ontem às 14 horas as garantias do governo federal para concluir a exportação de R$ 500 milhões em foguetes, veículos lançadores e unidades de apoio para um cliente da Ásia. O negócio foi concluído há 13 meses, mas emperrou na burocracia do governo, que procurava a base legal adequada para a operação e assim, mantinha a venda paralisada. Enquanto aguardava a liberação da caução oficial, a Avibrás investiu na encomenda – e em julho chegou a um impasse: solicitar a recuperação – instituto jurídico que substituiu a concordata – ou sair do mercado.
“Como a segunda hipótese é inaceitável, decidimos seguir lutando”, afirma o presidente Sami Hassuani que, admite, passou quase dois meses “praticamente morando em Brasília”.
Ontem, a procuradoria do Ministério da Fazenda conciliou o processo. Hoje o Banco do Brasil entrega à organização financeira do país cliente o conjunto de garantias – incluindo as securitárias. “Por conta do fuso horário favorável, o comprador encontrará os documentos na instituição de crédito logo pela manhã”, diz Hassuani.
O lote é grande. Abrange um regimento completo do sistema Astros-II da última geração e os veículos de comando e de comunicações, além de enorme quantidade de foguetes – entre eles o novo SS-80 com alcance acima de 100 km e ogiva carregada de granadas que são dispersadas, como uma chuva de aço quente, sobre o alvo.
João Brasil Carvalho Leite, o controlador do grupo Avibrás, pretende que o primeiro embarque seja feito até dezembro. Outros três carregamentos serão feitos entre março de 2009 e janeiro de 2010.
Para Sami Hassuani, a execução do contrato “marca o início da retomada da curva positiva na empresa e reforça a presença da indústria brasileira de material de Defesa no aquecido mercado asiático”.
A retomada da linha de produção pode determinar o preenchimento de 350 vagas abertas com as demissões realizadas na primeira quinzena de agosto.
O valor estimado do processo de recuperação é também de R$ 500 milhões. As dívidas em renegociação têm como principais credores a União, o BB, a Previdência, o sistema tributário, a Finep, fornecedores diversos e uma trading.
A companhia mantém negociações estimadas em cerca de R$ 4,8 bilhões para abastecer forças Armadas de cinco países do Oriente Médio e da Ásia.
Os ministros da Defesa, Nelson Jobim, das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Miguel Jorge, atuaram intensamente para a solução do problema do atendimento das fianças à exportação para o cliente não revelado. Em janeiro, o fundador e presidente da empresa, João Verdi de Carvalho Leite, desapareceu, em companhia da mulher, Sonia Brasil, depois que o helicóptero que pilotava caiu entre Angra dos Reis e São José dos Campos. Em dezembro, Verdi revelara, em entrevista ao Estado, o seu projeto de consolidação da marca por meio de novos contratos e de pelo menos cinco produtos. Para ele, o Brasil poderia faturar 4 bilhões por ano com o setor industrial militar.
João Verdi usava o helicóptero como se fosse um carro: de casa para a fábrica, em Jacareí, e de volta, no fim da tarde. Um vôo de Angra dos Reis, onde mantinha uma confortável casa de praia, até São José dos Campos, onde vivia e trabalhava, era rotina na carta de pilotagem. Pequenas aventuras cotidianas do empresário que, nos anos 80, era recebido para jantar nos palácios de Saddam Hussein, quando o ditador iraquiano ainda era o bem-amado do Ocidente, na condição de inimigo dos radicais islâmicos de Teerã. “Lembro-me dele como um homem agradável”, costumava contar. Saddam comprou e usou largamente, na guerra contra o Irã, o lançador múltiplo de foguetes Astros-II, criação pessoal de Verdi e o principal produto do grupo.
Em 91, na Guerra do Golfo, o fogo mudou de lado: o Astros-II estava com a artilharia da Arábia Saudita. De novo por obra de Verdi, um raro brasileiro a quem os soberanos de Riad recebiam pessoalmente. Exércitos de 14 países usam produtos da Avibrás. Criada há 47 anos, a organização emprega cerca de 600 pessoas.
“Como a segunda hipótese é inaceitável, decidimos seguir lutando”, afirma o presidente Sami Hassuani que, admite, passou quase dois meses “praticamente morando em Brasília”.
Ontem, a procuradoria do Ministério da Fazenda conciliou o processo. Hoje o Banco do Brasil entrega à organização financeira do país cliente o conjunto de garantias – incluindo as securitárias. “Por conta do fuso horário favorável, o comprador encontrará os documentos na instituição de crédito logo pela manhã”, diz Hassuani.
O lote é grande. Abrange um regimento completo do sistema Astros-II da última geração e os veículos de comando e de comunicações, além de enorme quantidade de foguetes – entre eles o novo SS-80 com alcance acima de 100 km e ogiva carregada de granadas que são dispersadas, como uma chuva de aço quente, sobre o alvo.
João Brasil Carvalho Leite, o controlador do grupo Avibrás, pretende que o primeiro embarque seja feito até dezembro. Outros três carregamentos serão feitos entre março de 2009 e janeiro de 2010.
Para Sami Hassuani, a execução do contrato “marca o início da retomada da curva positiva na empresa e reforça a presença da indústria brasileira de material de Defesa no aquecido mercado asiático”.
A retomada da linha de produção pode determinar o preenchimento de 350 vagas abertas com as demissões realizadas na primeira quinzena de agosto.
O valor estimado do processo de recuperação é também de R$ 500 milhões. As dívidas em renegociação têm como principais credores a União, o BB, a Previdência, o sistema tributário, a Finep, fornecedores diversos e uma trading.
A companhia mantém negociações estimadas em cerca de R$ 4,8 bilhões para abastecer forças Armadas de cinco países do Oriente Médio e da Ásia.
Os ministros da Defesa, Nelson Jobim, das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Miguel Jorge, atuaram intensamente para a solução do problema do atendimento das fianças à exportação para o cliente não revelado. Em janeiro, o fundador e presidente da empresa, João Verdi de Carvalho Leite, desapareceu, em companhia da mulher, Sonia Brasil, depois que o helicóptero que pilotava caiu entre Angra dos Reis e São José dos Campos. Em dezembro, Verdi revelara, em entrevista ao Estado, o seu projeto de consolidação da marca por meio de novos contratos e de pelo menos cinco produtos. Para ele, o Brasil poderia faturar 4 bilhões por ano com o setor industrial militar.
João Verdi usava o helicóptero como se fosse um carro: de casa para a fábrica, em Jacareí, e de volta, no fim da tarde. Um vôo de Angra dos Reis, onde mantinha uma confortável casa de praia, até São José dos Campos, onde vivia e trabalhava, era rotina na carta de pilotagem. Pequenas aventuras cotidianas do empresário que, nos anos 80, era recebido para jantar nos palácios de Saddam Hussein, quando o ditador iraquiano ainda era o bem-amado do Ocidente, na condição de inimigo dos radicais islâmicos de Teerã. “Lembro-me dele como um homem agradável”, costumava contar. Saddam comprou e usou largamente, na guerra contra o Irã, o lançador múltiplo de foguetes Astros-II, criação pessoal de Verdi e o principal produto do grupo.
Em 91, na Guerra do Golfo, o fogo mudou de lado: o Astros-II estava com a artilharia da Arábia Saudita. De novo por obra de Verdi, um raro brasileiro a quem os soberanos de Riad recebiam pessoalmente. Exércitos de 14 países usam produtos da Avibrás. Criada há 47 anos, a organização emprega cerca de 600 pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário