Documentário acompanha a tropa de elite do Exército do ponto-de-vista da instituição
Com menos de um ano de diferença, o circuito recebe dois documentários brasileiros sobre a infantaria pára-quedista do Exército Brasileiro. Depois de PQD, de Guilherme Coelho, em dezembro passado, agora é a vez de Brigada Pára-Quedista, de Evaldo Mocarzel.
O mais interessante dessa história é que são olhares bem distintos sobre um mesmo objeto, quase opostos. Ao contrário de PQD, que basicamente acompanha os cadetes que lutam por um lugar na tropa de elite do Exército, Brigada Pára-Quedista fala da instituição. Parte do geral para só depois mencionar o particular.
E não há melhor jeito de introduzir a instituição do que mostrar sua solenidade pela manhã. É um filme sem diálogos em seus minutos iniciais. A câmera de Mocarzel passeia pelo vaivém dos blocos de cadetes durante o exercício matinal, raramente destaca um ou outro indivíduo que não seja alguém de comando. É uma posição de respeito quase fordiana – travellings passando por corredores e portas, do interior para fora, para acentuar a cerimônia.
A essa altura, em PQD, Guilherme Coelho já tinha virado chapa dos recrutas, entrevistando familiares, descobrindo que ter um grau pará-quedista era o melhor gabarito para o jovem que depois faria testes na Polícia Militar do Rio de Janeiro. Mocarzel evita individualizar sua pesquisa. É possível dizer que a busca do seu documentário não é pelo Exército dos dias de hoje, mas por um Exército simbólico, atemporal. Só não é mais descontextualizado porque Mocarzel faz a obrigatória pergunta sobre os tempos da Ditadura.
Dentro desse esforço de resgate da imagem do Exército, permeado por alguns depoimentos banais (como da tenente Raquel) e algumas imagens conscientemente “embelezadoras” (como a contraluz que encerra o filme), Mocarzel exibe mais espírito crítico em relação ao próprio cinema do que em relação ao objeto de seu estudo. É o momento, comum em seus documentários, em que ele exibe em VHS ou em DVD imagens para seus entrevistados comentarem.
Desta vez, são clássicos de guerra como A Grande Ilusão, Agonia e Glória, Platoon,Apocalypse Now e Nascido para Matar. Entrevistados dizem que a guerra só causa dor. A guerra, no cinema, é erroneamente vista como um espetáculo, como frisa um dos altos oficiais. Sempre metalinguístico, Mocarzel nos passa a idéia de que para reconstruir a imagem do Exército é preciso desmentir a imagem que dos exércitos faz o cinema.
O que não deixa de ser paradoxal. Brigada Pára-Quedista não é justamente o uso do cinema para firmar uma imagem do Exército?
O mais interessante dessa história é que são olhares bem distintos sobre um mesmo objeto, quase opostos. Ao contrário de PQD, que basicamente acompanha os cadetes que lutam por um lugar na tropa de elite do Exército, Brigada Pára-Quedista fala da instituição. Parte do geral para só depois mencionar o particular.
E não há melhor jeito de introduzir a instituição do que mostrar sua solenidade pela manhã. É um filme sem diálogos em seus minutos iniciais. A câmera de Mocarzel passeia pelo vaivém dos blocos de cadetes durante o exercício matinal, raramente destaca um ou outro indivíduo que não seja alguém de comando. É uma posição de respeito quase fordiana – travellings passando por corredores e portas, do interior para fora, para acentuar a cerimônia.
A essa altura, em PQD, Guilherme Coelho já tinha virado chapa dos recrutas, entrevistando familiares, descobrindo que ter um grau pará-quedista era o melhor gabarito para o jovem que depois faria testes na Polícia Militar do Rio de Janeiro. Mocarzel evita individualizar sua pesquisa. É possível dizer que a busca do seu documentário não é pelo Exército dos dias de hoje, mas por um Exército simbólico, atemporal. Só não é mais descontextualizado porque Mocarzel faz a obrigatória pergunta sobre os tempos da Ditadura.
Dentro desse esforço de resgate da imagem do Exército, permeado por alguns depoimentos banais (como da tenente Raquel) e algumas imagens conscientemente “embelezadoras” (como a contraluz que encerra o filme), Mocarzel exibe mais espírito crítico em relação ao próprio cinema do que em relação ao objeto de seu estudo. É o momento, comum em seus documentários, em que ele exibe em VHS ou em DVD imagens para seus entrevistados comentarem.
Desta vez, são clássicos de guerra como A Grande Ilusão, Agonia e Glória, Platoon,Apocalypse Now e Nascido para Matar. Entrevistados dizem que a guerra só causa dor. A guerra, no cinema, é erroneamente vista como um espetáculo, como frisa um dos altos oficiais. Sempre metalinguístico, Mocarzel nos passa a idéia de que para reconstruir a imagem do Exército é preciso desmentir a imagem que dos exércitos faz o cinema.
O que não deixa de ser paradoxal. Brigada Pára-Quedista não é justamente o uso do cinema para firmar uma imagem do Exército?
FONTE: http://omelete.com.br
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